sexta-feira, janeiro 04, 2008

in C.

There's something quieter than sleep
Within this inner room!
It wears a sprig upon its breast-
And will not tell its name.

Some touch it, and some kiss it-
Some chafe its idle hand-
It has a simple gravity
I do not understand!

I would not weep if i were they-
How rude in one to sob!
Might scare the quiet fairy
Back to her native wood!

While simple-hearthed neighbors
Chat of the "Early dead"-
We - prone to periphrasis,
Remark the Birds have fled!


(poema de emily dickinson, traduzido por cecília rego pinheiro -
in C é uma composição de terry riley mas não é por causa disso)


Há algo mais tranquilo do que o sono
Dentro deste quarto interior!
Usa no peito um ramo-
E não dirá o seu nome.

Alguns tocam-lhe, outros beijam-na -
Alguns afagam a sua mão impassível -
Possui uma gravidade simples
Para mim incompreensível!

Não choraria, se estivesse no seu lugar -
Que indelicado o soluçar!
Pode afugentar a tranquila fada
e fazê-la aos bosques regressar!

Enquanto os vizinhos de coração simples
Do "morto recente" falam -
Nós - propensos à perifrase,
Notamos que os Pássaros se elevaram!

segunda-feira, dezembro 24, 2007

sexta-feira, junho 29, 2007

afinal podia ter sido só isto

Desafio da Sarita
"...indicar 5 livros que tenham sido referenciais de alguma forma e ainda, qual ou quais estão em leitura actual. Depois, é só indicar 5 blogs a serem desafiados nos mesmos termos!"

Fernando Pessoa “Mensagem”
Oscar Wilde “The Picture of Dorian Gray”
Agostinho da Silva “Vida Conversável”
Eugénio de Andrade “Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa”
António Lobo Antunes “Não entres tão depressa nessa noite escura”

No momento "Rilkeana" de Ana Hatherly e "The red badge of courage" de Stephen Crane.

Para radioflyur, vazio e mirnadaeeu.

Mas tinha tido muito menos piada para mim

ainda por aí apareço

Geralmente não entro em cadeias de Internet. Não tenho, entendam, qualquer opinião sobre correntes de nomeações, ligações reenviadas, ou qualquer outra dessas tarefas de multiplicação de contactos.
Não é aversão, é falta de inclusão. É que não estou convencido que seja uma flor ou uma pintura, não conheço muitos blogs e geralmente não tenho opinião sobre o que me enviam.

Não é o caso desta provocação, e correndo o risco de a fazer incorrer num delito ao obter seis retornos em vez de cinco, vou responder. Como não conheço as regras destas tarefas não sei que castigos horríveis vais sofrer, sei que me vou juntar a ti, porque também não vou nomear cinco pessoas. Mas isto é mesmo assim, quem anda à chuva molha-se.

O repto, ou antes, o réptil, essa coisa rasteira que se aproxima sem que dê conta foi:
"...indicar 5 livros que tenham sido referenciais de alguma forma e ainda, qual ou quais estão em leitura actual. Depois, é só indicar 5 blogs a serem desafiados nos mesmos termos!"

As pessoas que me conhecem sabem como os livros são uma coisa grande na minha vida, podem por isso estar à espera que revele algo precioso ou pessoalíssimo. Por mim podem continuar à espera.

Duvido muito que haja livros que sejam referências na minha vida. As maiores referências, o que mais me construiu, foram pessoas que poucos ou nenhum livro leram.
Os livros não me ensinam nada, não tiro ideias, não me revejo neles. É precisamente o contrário, abrem uma janela para mundos a que não pertenço, que não quase nunca entendo, é visitar nações estrangeiras, pela módica quantia de umas dúzias de euros. E ainda há quem ache os livros caros…
Na verdade a maior parte das vezes apaziguam uma sensibilidade inquieta, mais uma necessidade da linguagem que da historia, do evento.

Os livros que vou nomear, e como é difícil nomear só cinco, são os que acho que mais me satisfazem, por isso os que considero que melhor me representam. São mais um conselho para serem lidos que para me entenderem.


Isto começa mal, que logo o primeiro é batota. É a uma colectânea, ou seja, são pedaços arrancados de muitos livros e metidos ali, para satisfação do leitor preguiçoso ou ignorante. Como sou ambos adoro a ideia. Chama-se “Antologia Pessoal de Poesia Portuguesa” e o único inconveniente de ser de Eugénio de Andrade é que por isso não tem poemas de Eugénio de Andrade. É uma falha que se perdoa.
As antologias são uma espécie de páginas amarelas, e como esta não é feita por um historiador da língua, mas por um poeta activo, o único crivo para a inclusão foi o seu gosto, a capacidade daqueles poemas lhe agradarem. Imaginem assim, ainda é umas páginas amarelas, mas agora só com lojas que te tenham tratado bem.


Não entres tão depressa nessa noite escura” de António Lobo Antunes é a lágrima mais lenta que já li. É tão bom que não sei como é que se pode dizer que é triste, é como um cipreste de Van Gogh, o tema pode ser triste, estar perante ele é uma enorme alegria.
Ao fim de muito tempo finalmente lá teve coragem de escrever por baixo do título “poema”. Já escrevi sobre ele, o que é importante dizer é que não se deve começar a ler Lobo Antunes por aqui. O ideal é começar pelo inicio, podem saltar-se etapas, mas não se deve começa por nada depois do “Tratado das Paixões da Alma” – eu sabia que conseguia escrever aqui o melhor titulo de sempre -


O terceiro é de Oscar Wilde, “The Picture of Dorian Gray”.
Imaginem o molotof mais leve que já comeram, as palavras de Wilde são exactamente assim, a desfazerem-se quase sem que se lhes toque, a ficar só o sabor.
Se puderem deve ser lido em inglês, é tão fluente, tão simples, que parece que se lê sozinho. Parece tão fácil que se fica a pensar porque é que não escreve toda a gente assim, a verdade é que é tão difícil que mais ninguém escreve assim.
Li este livro porque não tinha gostado de um livro dele que me tinham emprestado, era um ensaio sobre estética, e não concordando com a sua opinião, era óbvio que ele escrevia bem. Estava traduzido para português, mas percebia-se bem o ritmo da escrita, o rigor e clareza da linguagem. Fiquei curioso e fui recompensado.
A verdade é que este livro é um ensaio sobre estética, sendo ele próprio um exercício de estética. É como se a receita e o bolo fossem a mesma coisa – de chocolate, não é Sarita?


A ironia é algo que aprecio, por isso aqui vai, o livro seguinte é o máximo da concentração, da síntese. O seu autor, o expoente máximo da dispersão, da digressão, da deriva. O livro é “Mensagem” o autor Fernando Pessoa.
Ele próprio explicou bem o caminho, primeiro a tese, a seguir a antítese para depois se construir a síntese. Por isso quando parecia que estava a ir para lado nenhum, na realidade, estava apenas a ir para um lado onde os outros não o conseguiam seguir. Estavam, se calhar ainda estamos todos muito atrás dele. Se Oscar Wild é o campeão da estética, Pessoa é o da ética.
Depois de ler livros infantis e juvenis, por volta dos doze perdi o interesse pela literatura, foi a poesia de Pessoa que me reabilitou para a literatura, o que ali estava era novamente empolgante, e aos quinze, retomei a leitura.
Acho que escrevo da maneira que escrevo porque li quase tudo de Pessoa, quando chegou a altura de estuda-lo na escola achava estranho, o que chamavam de estilo, ou influência do inglês, porque era praticamente assim que eu escrevia. Muito pior, claro, mas com os mesmos tempos, os mesmos tiques. Entretanto, porque a vida é tantas vezes uma corruptela do que nos acontece, já não é tanto assim.


O último livro é provavelmente o mais pessoal, e nem é bem um livro, no sentido em que não foi escrito pelo seu autor. Chama-se “Vida conversável” e a vida que lá está é a da Agostinho da Silva. É a transcrição de uma série de conversas naquilo que se pode considerar um processo mental em exercício, é o que uma mente faz perante uma série de questões que lhe são colocadas.
Os ingleses têm uma expressão muito feliz que diz “think outside the box”, estamos quase sempre a pensar dentro de uma caixa, e depois, para fazer o que é realmente importante, temos de sair dessa caixa. O que Agostinho da Silva diz e escreve rebenta com as caixas, manda tudo para o papelão, volta a fazer uma dúzia de caixas, só para as voltar a partir e assim sucessivamente. O que se tira dele é um processo mental de inquirir, de preferir perguntas a respostas.
Como ele tão bem diz “discípulos, se tenho alguns são os aqueles que se me opõem, porque se ensino alguma coisa é um espírito de contradizer e de questionar os seus mestres.”


Afinal ainda há um passageiro clandestino. O bilhete para entrar aqui era ser um dos meus autores preferidos, Jorge de Sena não é seguramente um deles. O livro que embarcou nesta lista sem ser convidado foi o “físico prodigioso”. Não gostar deste livro pode ser encarado por mim como uma ofensa pessoal, não me deve ser revelado, não há ali nada para não se gostar.


Conheço poucos blogs, conheço poucas pessoas que leiam, aliás conheço poucas pessoas, ponto final. Não sei se há sequer cinco pessoas que vejam este blog, e parado como está e tão extensa a entrada, nem cinco chegaram até ao fim. O desafio vai ser feito às três amigas que juntamente com a Sarita tem feito os blogs que gosto sempre de acompanhar.
Mirandaeeu, que tem uma inteligência calma que é sempre um prazer ver em acção no seu discurso e na escolha do que coloca no blog.
Vazio, que não sendo nada calma é sempre uma surpresa agradável ver as voltas que dá, a inquietude é uma parte grande do seu interesse.
Radioflyur, que tem o dom raro de saber olhar, a espessura com que vê as coisas e a sensibilidade que tem faz dela uma pessoa rara.

Com estes elogios todos dificultei-vos a vida, a fasquia está alta. Se aceitarem o desafio espero que se divirtam como eu.

Os livros que estou a ler é o "the red badge of courage" de Stephen Crane e "Rilkeana" de Ana Hatherly. Não Tenho ainda qualquer opinião sobre os livros.

terça-feira, maio 22, 2007

porque ontem foi segunda-feira


The hand that signed the paper felled a city;
Five sovereign fingers taxed the breath,
Doubled the globe of dead and halved a country;
These five kings did a king to death.

The mighty hand leads to a sloping shoulder,
The finger joints are cramped with chalk;
A goose's quill has put an end to murder
That put an end to talk.

The hand that signed the treaty bred a fever,
And famine grew, and locusts came;
Great is the hand that holds dominion over
Man by a scribbled name.

The five kings count the dead but do not soften
The crusted wound nor pat the brow;
A hand rules pity as a hand rules heaven;
Hands have no tears to flow.

Dylan Thomas


Agora tentem lá perceber o que é que isto tem a ver com fotografias de formas em madeira. A mim parece que nada.
Geralmente não gosto de explicar poemas, mas o que está aqui não é a mão construtora, a que dá forma. Não é a mão o personagem central deste texto, é o poder, o exercício de poder, é o poder de exercer poder.
Na apresentação que ocorreu ontem, só teve bom uso porque enquanto tentava fazer uma ligação qualquer entre as formas puras, a sua manipulação e o modo como se pratica a arquitectura, inadvertidamente colocou no ecrã um poema que é uma expressão do que realmente lá foi fazer. Foi lá ontem para provar que tinha poder.
Ainda bem que foi assim, porque ao menos percebeu-se a diferença entre aqueles que ali estavam para mostrar algo, e o que estava para ocultar.
Benditos sejam os que não têm nada para provar.

Como não é ele o único que conhece uns poemas catitas, e como este é catita meu deus, deixo aqui um outro que é o seu antídoto.

“How small of all that human hearts endure
That part that laws or kings can cause or cure”

Samuel Johnson

Dito isto tenho de fazer também as seguintes ressalvas, primeiro que o facto de ter aderido mostrou humildade e interesse, Segundo, o que fez foi o exercício da liberdade de conteúdo que é a pedra de toque daquele evento, o que faço aqui é exactamente o mesmo

Esta entrada só faz sentido para quem tenha ido às conferências Pecha Kucha, as melhores a que fui nos últimos tempos. Não é grave, há entradas que fazem sentido para muito menos gente

sexta-feira, maio 11, 2007

Não ficam livros por escrever, são emoções que ficam por inventar

“O mais que temos na vida é um conhecimento dela que nos chega demasiado tarde”
António Lobo Antunes

Entre as palavras e o que dizemos há sempre um desvio, é um pouco como o norte magnético e norte geográfico, só que sem a possibilidade de o corrigir. Toda a gente sabe isso e é por o saberem que usam tantas.

Como é público Lobo Antunes está doente, com uma daquelas doenças que mata pessoas.
Claro que como já escrevi aqui todas as mortes são absurdas, que o homem é um bicho feito para viver, do que percebemos um pouco. Para morrer não temos jeito e não percebemos nada. Por mais fábulas, filosofias, ou teorias que se construam, ninguém concebe um universo sem a sua própria presença.

Lobo Antunes não está morto e é provável que não morra, o que é bem. Perguntaram-me se ia escrever uma entrada a desejar-lhe as melhoras mas não é preciso, ele já o fez. O texto em que o fez, prova que o autor que diz que não fala da sua vida na verdade está sempre a falar da sua vida. O que o torna excepcional não é a sua vida, é ter inventado uma coisa, aquilo que parece de fora um estilo, e na verdade uma ferramenta.
Os livros que escreve não nos contam na verdade uma história, o enredo não é secundário, é quase inexistente. Não acredito que um leitor esteja a reconstruir as acções daqueles personagens, se o fizer devia ler livros policiais. Durante a leitura estamos a tornar-nos nas pessoas que nos falam, o que ele faz é pôr-nos a dizer as falas, a representar o que elas sentem. Na verdade nem é isso que ele comunica, o que está lá é o que faz as personagens sentirem algo.


“Algo” é uma palavra um bocado parva, porque é tal como “coiso” uma palavra para nada. Há um problema interior das palavras, que é serem inúteis para comunicar o que nos é pessoal. As palavras funcionam porque referem um objecto descodificado por outro sujeito, isto funciona bem para objectos do mundo real. Mas não funciona para transmitir emoções ou estados anímicos por exemplo.
É obvio que quando digo a palavra “cavalo” não me estou a referir a um cavalo específico mas toda a gente (que conheça o código) vai saber o que digo. Esta simplificação funciona, e com mais meia dúzia de palavras, consigo dar o significado preciso para o que quero dizer que envolva um cavalo. O problema é quando quero dizer outras coisas.


Uma emoção não é um objecto, é uma construção da nossa inteligência perante um evento. Uma situação desenrola-se perante nós e a nossa adesão, o que sentimos perante ela, é afinal a emoção. É essa inteligência sensível de que Fernando Pessoa fala, é essa memória emocional que escapa a clichés cinematográficos que criamos para explicar a nossa própria vida, é esse mundo interior que realmente conta. O problema é que dentro de cada um de nós há um código, uma chave que transportamos para abrir essa memória sensível que é um inferno de passar para fora.
Pense o leitor na palavra medo, ou na palavra calma, ou na palavra alegria. É impossível que não tenha já usado estes conceitos quando se referia a uma emoção sua. Escolha uma.
Agora compare em três ou quatro situações em que tenha estado, por exemplo alegre, se sentia o mesmo sempre. Claro que não, por isso junta mais uma dúzia de palavras, para tornam mais específico, para cercar a palavra. Está satisfeito, realmente já se parece mais com o que queria dizer, mas não basta afinar a palavra, porque ainda não está exactamente o que aconteceu. Para isso também é necessário a circunstância, o que precedeu, o que o momento significava, o que resultou, e tudo o mais. O problema agora é que foi analítico e está convencido que se a outra pessoa conhecer os factos vai produzir a mesma emoção. Está enganado.
É aqui que entra o problema da linguagem, é que a minha emoção não é decorrente dos factos, é produto da minha confrontação, do modo como me inscrevo na acção. Quer o exemplo mais fácil do mundo? Perante um golo num jogo de futebol, é obvio que o evento é unívoco, mas é fácil de perceber que a emoção produzida é diferente conforme a bancada em que se está. Nas outras situações não é tão fácil de perceber mas os resultados são tão díspares como nesses.
Então é impossível comunicar na perfeição o que me ocorre? Claro que sim, o que não quer dizer que não se posso melhorar, e bastante, para lá do simplismo da linguagem analítica.
Então qual é a técnica, o que é preciso fazer?
A única solução é adquirir o quadro mental da outra pessoa. Perceber a pouco e pouco o que significa cada conceito, imaginar, errar, corrigir, perceber que momento evoca cada referência que se faz, porque foi aí que se construiu a rede conceptual, que é a base do nosso raciocino. Isto é exigente, porque obriga a duas coisas muito difíceis, por um lado o abandono do nosso ego, a vontade de entrar na experiência de outra pessoa pelo seu corpo, pela sua inteligência. Esta é a parte da humildade, ver no outro um ser inteiro que é a solução para si mesmo, admitir que a chave está lá e que a minha visão inquina a leitura.
Por outro lado temos de abrir uma brecha. Cada uma das minhas construções racionais é um tijolo na fortaleza em que me defendo. A dificuldade não é entregar o produto da nossa reflexão, é entregar a matéria bruta, o impacto do evento, da emoção. Não é o pormenor ou facto que interessa, é o corte, o que deixou exposto.
Só perante esta disponibilidade é possível perceber, isso torna possível a compreensão, o que torna desnecessário o julgamento.
Claro que este é um jogo difícil que praticamos poucas vezes na vida, desagrada o risco, o ridículo, a insegurança. Mas é uma necessidade básica da nossa vida, quer se dê conta disso ou não. Como em outras necessidades há sucedâneos, como a justiça para a vingança, o desporto para a violência, há uma série de actividade que não podem ser realizadas por pessoas civilizadas.
Pessoas civilizadas não podem sair por aí a queres “entrar” nos sentimentos profundos de perfeitos estranhos. Nem as nossas vidas são suficientemente ricas para nos proporcionarem toda a variedade de emoções que existem.
É aqui que entram os livros de Lobo Antunes. O que ele nos apresenta são personagens que se confrontam uns aos outros, mas por dentro, o que nós observamos é esta espécie de máquina do pensamento. Todas as personagens são cortadas, o que se observa é como se movem em si, o que ele faz dançar perante nós é a matéria de que são feitas as emoções. Claro que para isso é necessário uma técnica de indefinições, repetições de impressões, imprecisões, até que nós consigamos completar com a nossa experiência os eventos por que passam aqueles caracteres. O que temos de fazer é uma espécie de dicionário entre a nossa sensibilidade e a do personagem.
Como exemplo no fim da leitura de “não entres tão depressa nessa noite escura” no dia seguinte tive saudades de Maria Clara (narradora do livro), mas não era bem saudades, só que para explicar precisava de milhares de palavras e mais talento.

E no fim o que se tem são seiscentas páginas. Parece muito? Garanto-vos seiscentas páginas já é o resumo.

quinta-feira, março 15, 2007

e tem razão

antónio lobo antunes ganhou mais um prémio.
escreve ele numa crónica “a única forma de abordar os romances que escrevo é apanhá-los do mesmo modo que se apanha uma doença.”
o que faz falta não é um prémio, o que é preciso é uma vacina.

segunda-feira, março 05, 2007

solo piano - o que se faz à volta do silêncio

philip glass: metamorphosis 1

piano por branka parlic

claro que a audição deste metamorphosis 1 obriga a procurar metamorphosis 2, 3, 4 e 5, bem como de mad rush e wichita sutra vortex.
todos do mesmo album e disponivel no sitio do costume.